Maputo Província apresenta uma diversidade artística e literária brilhante, constituída por vários artistas e artesãos que expressam diversos aspectos da sociedade nas suas obras, bem como instituições e associações que labutam em prol da protagonização destes patrimónios culturais. O Museu de Lemos, Museu e galeria Chissano, Monumento e Centro de Interpretação da Matola, Associação de artesãos de Maputo, Centro cultural de Matalane, entres outros, são algumas das entidades que tem se destacado na promoção das artes e Cultura na Província.
Na Província de Maputo, a música é uma das mais importantes manifestações artísticas culturais, sendo música popular, tradicional e ligeira. a linhagem das composições das músicas é para entreter, música de intervenção social e músicas virada para acompanhar cerimónias sociais e políticas. A Marrabenta é uma forma de música e dança típica da Província e o seu nome deriva da palavra portuguesa ‘’rebentar’’. Foi desenvolvida nos finais dos anos 30, com artistas antigos e renomados como Fany Mpfumo e Dilon Djindji. O estilo torna-se popular na década de 1950 com conjuntos como Djambu e Hulla-Hoope Harmonia. Importa salientar a existência de grupos muito expressivos na música ligeira, que apresentam como base os ritmos tradicionais.
Xitiringo é um instrumento musical tradicional da classe dos aerófonos de tipo flauta doce, em que o som é produzido através sopro. é constituída por uma cana de bambu fechada nas pontas e dotada de quatro orifícios, um dos quais junto à embocadura. Para variar o som o tocador tapa e destapa os três buracos com os dedos. Xitiringo é utilizado onde há muita criação de gado pelos pastores para afastar a solidão. O instrumento normalmente é acompanhado de cancões e flautas deste tipo, perfazendo assim uma orquestra dos aerófonos.
Xigovia é um instrumento tradicional que faz parte do conjunto genérico das flautas, esta classificação deve-se ao facto da sua forma de tocar, e a técnica assemelha-se aos instrumentos de sopro, desta forma é um instrumento aerófono. Para tocá-lo, o instrumentista sopra o buraco maior, enquanto que com os dedos vai tapando e destampando os outros dois buracos, para variar melodicamente o som. Chigovia é feito de um fruto redondo, que tanto pode massala, macuácua ou mabuma. É principalmente utilizado por pastores enquanto encaminham o gado, e também pelas raparigas quando vão à machamba ou ao poço buscar água. Este instrumento, normalmente é acompanhado por outros instrumentos musicais tradicionais da mesma classe, perfazendo uma orquestra da família dos aerófonos.
Ngulula é um instrumento musical tradicional da classe dos membranófono, cujo som é produzido não pelo batimento na membrana, mas pelo fracionamento de um caniço. É formado por um tambor ou caixa de madeira redonda, tapado nas extremidades com pele de animal, normalmente de bovino, cujas pontas estão ligadas ou cosidas entre si por um fio feito da mesma pele, de modo a manter as membranas bem esticadas. Num dos lados do ngulula, há uma abertura que serve para o tocador colocar as mãos, de modo a friccionar o caniço, que se encontra no interior. Este caniço está preso à outra membrana por um pequeno pau que fica do lado de fora. Pode possuir ainda uma tira de borracha, que une a extremidade à membrana oposta. O som produzido é bastante forte, servindo o tambor como caixa de ressonância. Ngulula é o instrumento que acompanha outros instrumentos da dança xigubo, preenchendo o vazio existente entre as cadencias.
Chivoconvoco é um instrumento musical tradicional, pertencente ao grupo dos cordófonos de arcos. É constituído por um arco de madeira e uma corda. O pau do arco atravessa uma cabaça ou casca de coco, cuja abertura é tapada por uma membrana feita de pele de animal. O fio que une as pontas do arco passa por cima da cabaça, que funciona como caixa de ressonância. Antigamente o instrumento era apenas tocado por homens, com o objectivo de se fazerem amar por uma mulher.
Xigubo é uma dança secular que em tempos idos servia para preparar os soldados, física e militarmente por forma a participarem em diversas incursões de guerrilha, assim como para festejar as victórias de combate. Esta dança era exibida como marco da preparação e/ou fim de uma batalha, conferindo aos guerreiros, moral e espírito de invencibilidade. O significado da designação do nome desta dança refere-se ao som potente que o instrumento com o mesmo nome emite. Sobre a origem, assume-se que o Xigubo, teria sido trazido pelos Nguni, aquando do M’pfekani, sendo na altura, exclusivamente, executada por homens, pois estes eram os que participavam nas guerras. Actualmente é praticada, igualmente, por mulheres. Xigubo foi proposto para Património Cultural Imaterial da Humanidade. A candidatura desta dança ao maior símbolo internacional de cultura, constitui o contributo das manifestações culturais da Província para a história e civilização da humanidade.
Ngalha é uma dança tradicional guerreira praticada por homens, frequentemente no Distrito de Matutuine, a dança tem sua origem Sul-africana, os dançarinos fazem-se acompanhar por paus em forma de bengalas, as vestes são semelhantes as da dança xigubo (bonés feitos de pele de animal, posta na cabeça, saias feitas de pele de animal, com a particularidade de uso de chinelo feitos artesanalmente e típicos). Actualmente a dança é praticada também pelos jovens, a sua forma de performance consiste em interpretação dos cânticos acompanhado por saltar dos dançarinos perfilados.
Makwai é uma dança tradicional predominante no Distrito de Magude, com origem na Província de Gaza, praticada maioritariamente por homens adulto. Actualmente é praticada, igualmente, por um número de um a dois adolescentes e mulheres que acompanham. A performance consiste em alinhamento de duas ou três filas onde as mulheres ficam perfiladas atrás dos homens entoando repertórios ao som do Mpundo de gazela ou de boi. As vestes consistem em uma indumentária branca, que é estampada por diversas cores de peças de tecidos de capulana em forma de arte de cima aos pés, calçados de botas; a cintura amarrada com cintos que acompanha os movimentos de cada ritmo.
Xipenda é uma dança tradicional predominante no Distrito da Manhiça, praticada por mulheres adultos e crianças, esta dança é praticada nos eventos sociais, e actualmente é integrada nos eventos públicos e privados. Os seus vestes são compostos de capulanas feitos de palha. A dança xipenda é composta entre seis a oito dançarinas perfazendo duas linhas, com o som do cantar dos cânticos. A dança é feita através da entrada intercalar no meio de cada uma das dançarinas onde os pés acompanham o ritmo e o compasso das palmas.
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